As adaptações e mudanças fazem parte de todo o mercado internacional. O que muita gente não esperava era que uma pandemia fosse afetar o ritmo do mundo, de nossas vidas e, consequentemente de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
Hoje, com a situação um pouco mais controlada e com o retorno otimista à normalidade, é possível olhar para trás, entender as consequências e traçar paralelos sobre todos esses acontecimentos e os impactos na agricultura brasileira.
Algumas restrições e fechamentos dos mercados tiveram fortes resultados em segmentos que dependiam diretamente de importações e exportações, fazendo com o que o custo de determinados produtos, obviamente, se tornasse mais elevado. A renda da população também sofreu com os cortes e reajustes, portanto, a demanda do agro passou por instabilidades, ou seja, itens que eram essenciais para a rotina diária, de uma hora para outra, passaram a não ser e deram lugares a outros alimentos, por exemplo.
O comportamento estimulado pelo isolamento social também faz com que se modifique a maneira de consumo: prioridade para aqueles que podem ser armazenados por mais tempo, evitando saídas desnecessárias. Do lado positivo, pode-se dizer que o dólar valorizado perante o real favoreceu diretamente as exportações, e culturas como soja, café e algodão tiveram alta nos preços. O oposto também se faz verdadeiro, como no aumento do trigo que foi importado e na compra de insumos, fertilizantes e agroquímicos que possuem matérias-primas que vêm do exterior.
As incertezas e novas possibilidades irão mudar de fato a forma de entender e fazer o agronegócio. As empresas e marcas precisarão rever conceitos de produtividade, transporte, escoamento e terceirização de serviços. Os consumidores também estão diferentes, mais atentos e exigentes com o que consomem e de que forma é produzido o alimento que consomem. Todo a conduta humana e social foi afetado, de certa forma, e isso já está trazendo resultados para o maior e mais importante segmento econômico do Brasil.